quarta-feira, 2 de abril de 2014

A Espada de Fortriu, Juliet Marillier - Opinião

Sinopse: O reino de Fortriu gozou de cinco anos de paz desde que Bridei chegou ao trono. Agora, o rei prepara-se para uma guerra há muito esperada que, segundo pensa, banirá para sempre os invasores de Dalriada.

A princesa Ana, refém de Fortriu desde a sua infância, é enviada para Norte, para se casar, estrategicamente, com um líder que nunca viu, e com isso ganhar um aliado no qual se baseia a vitória de Bridei. A sua escolta é conduzida por um homem que ela despreza: o enigmático Faolan, assassino e espião de Bridei. A expedição é infortunada e, quando Ana chega junto do líder a quem fora prometida, numa fortaleza perdida nos Bosques de Briar, ela não se sente à vontade. Trata-se de um lugar cheio de segredos. Quando Ana descobre um prisioneiro mantido na mais austera reclusão, é confrontada com uma conspiração de silêncios. Entretanto, Faolan percorre um delicado caminho entre a lealdade e a traição.

As forças de Bridei marcham para o campo de batalha. Mas aos que ficam para trás é revelado que o seu rei marcha em direcção à derrota e, mais do que isso, o espera a morte certa. Só um mensageiro é capaz de o alcançar a tempo, mas chamá-lo porá em perigo o que é mais querido para Ana.

Opinião: O livro II de "As Crónicas de Bridei" não é tão bom como o seu antecessor. Bridei e Tuala foram personagens muito fortes e carismáticas.

Faolan, por mais interessante que possa ser, não lhes chega sequer aos pés até porque, na maior parte do livro ele é importante mas não chega a ser personagem principal, trabalha mais nos bastidores ora para salvar Ana, ora para descobrir informações ou para chamar Drustan... Já Ana é a personagem principal da história e mostra-se uma princesa guerreira, muito mais forte do que todos julgavam e que encontra o seu príncipe onde menos esperava. Mas também aqui a história poderia ser muito melhor. Sofremos com Ana e Faolan mas mantemo-nos mais à distância. Queremos Drustan libertado mas não tanto como queriamos que Bridei encontrasse o seu caminho ao lado de Tuala e para o trono de Fortriu.

A guerra propriamente dita é mais um espaço em que Bridei volta a mostrar ser ele o cerne da história - ou não estivéssemos a falar das Crónicas dele - é o líder carismático que já conhecíamos, é o amigo que guia, é o homem que ama e sofre por poder vir a morrer, pela sua família mas ainda mais porque sabe que Fortriu não tem outro líder que reúna um consenso tão grande à sua volta. A tentativa de matá-lo, embora faça sentido, soa a forçada. Virem tentar salvá-lo da única forma possível e que se proporcionou quando menos se esperava é o que vem a ser interessante bem como a chegada de um guerreiro que parece ser ele próprio a personificação do deus guerreiro.

A escrita de Juliet continua mágica mas a magia deste livro perde-se um bocadinho, é preciso ir buscá-la ao primeiro livro. De qualquer forma, podemos também perceber que este livro sofre em comparação com o anterior pois é muito inferior a ele (se fosse um livro solto, não fizesse parte de uma colecção, não se notava tanto). Neste caso, perde pela comparação, por não existir uma personagem principal forte ao longo de todo o livro e porque já conhecemos Bridei. Por outro lado, enquanto o 1º livro se lia perfeitamente bem sozinho, fechava um ciclo - a preparação de Bridei e a sua ascensão ao trono, embora adivinhasse uma continuação, este 2º livro deixa o final fica no ar pois Faolan conta o seu segredo, informa que vai partir mas não chegamos a saber mais nada desta história, fica em aberto... o ciclo deste livro não se fecha, precisa do seguinte para ser entendido.

Atenção: eu gostei do livro mas quando comprado ao 1º é bastante inferior, perde muito por não ter uma personagem principal forte e ao longo de todo o livro, bem como por não fechar um ciclo.
3,5*
Outros títulos desta saga:
"O Espelho Negro" (As Crónicas de Bridei - Livro I)
"O Poço das Sombras" (As Crónicas de Bridei - Livro III)

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